21 de março de 2004

Just one more try...

A noite já ia alta... calmamente, aquela estrela que nos sorria ia perdendo o brilho. Olhei para ti e perguntei-te em que pensavas. Queria que me desses uma daquelas respostas que enchem a minha alma (desconcertada...) de carinho, no entanto só foste capaz de murmurar um «Nada de especial...». Encheste a minha alma de lágrimas, aquelas lágrimas que um dia chorámos juntos num fim de tarde deitados na minha cama ou naquela tarde fantástica em que ao cair da noite, cairam também as lágrimas pela minha face pela dor que as tuas palavras me haviam provocado... Desta vez não chorei descontrolada, não chorei por tudo aquilo que sentia nem sequer deixei as lágrimas correrem como um rio livre... Conti-me e uma lágrima escorregou encontrando a tua cara por baixo da minha...
Fiquei perdida num vazio que me parecia demasiado intenso... Olhava para aquela estrela (que ia perdendo o brilho... como os teus olhos que ganhavam um baço demasiado insuportável de tristeza...) quando tu me perguntaste para o quê é que olhava... queria-te dizer que olhava para o vazio da minha alma mas apenas disse «Para aquela estrela...»... Triste, esticaste o braço e apontaste (quem me dera ter-te abraçado a sorrir nesse momento e dizer com voz marota que não se deve apontar para estrelas porque nascem calos nos dedos...). Encheste o peito de ar e disseste «Era para ali que deveriam ir os nossos problemas...»...
E a estrelinha fugiu... Com medo de ser culpada por aquilo que nunca fez.

Escondi-me naquele mundo só meu... sabes, aquele mundo para onde me gostavas de acompanhar. Não te consegui levar comigo, tenho medo.
Porque é que o medo está sempre cá?!... Porque temos de ter medo de coisas que nem sabemos que vão acontecer!?... Eu tenho tantos medos. Medo de te perder, de voltar a errar, de te desiludir, de chorar sozinha mais uma vez...
Refugiei-me naquele mundo... Ouvia a musica baixinha que sussurrava «I know i said thing i shouldn't say...baby, i hope you're ok... but i heard things i didn't want to hear and i'm still ok... i know that living with me was sometimes hard... baby, i know that's true but it's not so simple as you think... i'm feeling the same way too...»... ironia do destino, exprimia tudo o que eu sentia e que te queria explicar.

Nem toda a gente tem o que merece... Eu não te mereço. És bom demais para quem quer que seja... Ninguém tem o direito de te fazer chorar (mesmo que seja só «cá dentro...»), ninguém tem o direito de sentir que o teu erro é imperdoável ou inesquecível... ninguém mesmo tem o direito de te fazer sentir em baixo por um segundo que seja. E eu lamento amor, lamento muito fazer-te sentir que muitas vezes não és quem eu pensava... Tu és melhor do que eu pensava. És mais do que eu pensava... Tu és um tudo como tantas vezes te disse....

Acredita em mim pela última vez... Eu vou superar tudo. Eu vou conseguir que sejas eternamente feliz...

Juro.

«Faz-me um sinal que eu possa ver
Que vieste para ficar
Sei que ainda há muito por fazer
E eu tenho tanto para te dar...»

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