4 de agosto de 2007

I really don't like the way it sounds.

A escrita sempre foi um escape. Não a uma realidade muitas vezes mais agreste do que esperávamos, mas sim aos meus sentimentos mais profundos. Sinto muito. Mas racionalizo mais. Quantifico tudo. A dor. O prazer. A luxúria. A determinação. A vontade. A preguiça. Penso nos prós, nos contras, nos mais-ou-menos, nos «e se's...». Claro que às vezes 'perco o amor à vida' e atiro-me de cabeça para coisas sem sentido. Vezes demais do que gostaria. Mas errar faz parte da vida. Quando não tenho sono, viro-me de barriga para cima e falo sozinha. Pode parecer um pouco esquizofrénico mas sinto-me reconfortada. Quase como se tivesse ali uma amiga para me ouvir e me dizer exactamente aquilo que preciso de ouvir. E falo, falo, falo. Até o sono me dominar. Ou até me esclarecer. Faz-me bem, percebo-me e fico aliviada. E na escrita também. Para além do prazer de sentir a alma a esvair-se pela caneta e penetrar a folha, adoro passar a mão por cima de uma folha escrita e sentir os altos e baixos. De a sentir mais pesada devido à tinta. De escrever na parte de trás e a sentir diferente, mais macia. É o meu prazer. A escrita. Ou a folha, só por si. As letras. Os significados. A cor da tinta. A letra (mal) desenhada. Antes escrevia em todo o lado. Nos cantos das folhas nas aulas, em guardanapos de café, em folhas soltas rabiscadas ao lado do computador. Só uns gafanhotos. Umas palavritas. E que sentido elas faziam! E depois comecei a escrever aqui. Comecei a ter 'obrigatoriamente' um tema para escrever. Qualquer coisa. Mas nada nunca me me serviu. Gosto de escrever neste espaço. Mas não gosto que julguem o que escrevo. Eu escrevo porque gosto. Porque me dá prazer. Porque gosto de ter a liberdade de escrever o que quero, como penso, como sinto. Não faço citações só 'porque sim'. Faço citações porque significam. Não procuro aqui o alívio do desabafo. Não procuro aqui nada. A não ser o gosto que me dá ver um quadrado cheio de letrinhas que digitei e que para quem sabe o que está a ler, significam tudo.

"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um Revolucionário."

Che Guevara deve andar às voltas no túmulo. Os ideais pelos quais lutou, juntamente com Fidel Castro, desmoronaram-se. O comunismo que defendia, transformou-se rapidamente num comunismo ditatorial, num regime de opressão.

Muitos questionam a popularidade de Che Guevara. Como é possível idolatrar um homem que para fazer valer as suas ideias precisou de matar? Como é que se pode considerar um herói alguém que lutou por um regime que hoje oprime milhares de pessoas? Eu acho que é por essa mesma preserverança que muitos de nós o idolatramos. Essa sua determinação, o ar carismático, de revolucionário, de pensador intriga-nos. E faz com que todos de nós desejemos ter um pouco da humanidade (irónico, huh?), preserverança e determinação que fizeram do Che o melhor Camarada.

Hasta la vitoria siempre!


'I am the me i choose to be.'

3 de agosto de 2007

Para a semana faríamos quatro anos. Um. Dois. Três. Quatro. Uma data de meses mas não uma mão cheia de anos. Mas um dia faríamos também cinco anos. E iríamos ser felizes. Como fomos durante tantos dias que estivemos juntos. Para ti, todos os dias comigo são uma vitória. Eu sinto isso, eu sei isso. Estar comigo é como estar com o tempo. Meteorologicamente (?) falando, claro. Nunca se sabe como estará amanhã. Muitas vezes até as previsões estão erradas. Não me considero um espírito rebelde ou indomável, não o sou, acredita. E também não sou assim tão independente que afirme que não preciso de ninguém. Eu preciso de alguém. De ti. Muitas vezes não sei é lidar com isso. Não é lidar contigo per se, é connosco. Ou comigo, para ser exacta. Acho que lido mal com as mudanças, com os esquecimentos, com as coisas. Não sou indomável, independente, rebelde. Tenho medo. Só isso. Medo que me esqueças, que me deixes, que descubras os meus defeitos, as minhas imperfeições. Ou que descubras o quanto te quero para mim e fiques assustado e fujas. Não quero que fujas de mim. Se calhar é por isso que me vou embora de vez em quando. Ou se calhar isto tudo está na minha cabeça. É o mais provável. Não gosto de estar no cinzento. As coisas são como são. Ou estamos ou não estamos. Nós vamos estando. É complicado estar apaixonado. Deixamos de fazer sentido. Ou pelo menos o sentido que gostaríamos de fazer. Disse isto tudo só para dizer que te amo, já viste?