30 de junho de 2007

‘Volta até mim no silêncio da noite
a tua voz que eu amo, e as tuas palavras
que eu não esqueço. Volta até mim
para que a tua ausência não embacie
o vidro da memória, nem o transforme
no espelho baço dos meus olhos.’

'Volta até mim no silêncio da noite,
Nuno Júdice

28 de junho de 2007


'Don't go changing, trying to please me
You never let me down before
I don't imagine you're too familiar
And I don't see you anymore
I would not leave you in times of trouble
We never could have come this far
I took the good times, I'll take the bad times
I'll take you just the way you are

Don't go trying some new fashion
Don't change the color of your hair
You always have my unspoken passion
Although I might not seem to care

I don't want clever conversation
I don't want to work that hard
I just want some someone that I can talk to
I want you just the way you are.

I need to know that you will always be
The same old someone that I knew
What will it take till you believe in me
The way that I believe in you.

I said I love you and that's forever
And this I promise from my heart
I could not love you any better
I love you just the way you are.'

'Just the way you are',
Isaac Hayes

27 de junho de 2007

'Quero definir-te o que é este sentimento: o que pertence à esfera daquilo que a razão
não domina, ou simplesmente nasce da noite, e de tudo o que a envolve. Falo de uma íntima relação entre os seres, de emoções que se transmitem para além de palavras e conceitos, de um encontro de corpos na esfera do segredo. Dir-me-ás: "Para que precisas de uma explicação para o amor?" Mas é a sua inutilidade que me interessa; a dádiva, o simples dizer que as coisas são
assim porque são, e para além disso tudo se complica. Podes, então, rir do que te digo; ou simplesmente dizer-me que as palavras nada substituem, e que tudo o que elas nos dão está a mais. Mas o amor pertence-nos. Não o podemos deitar fora; nem fingir que não existe, como não existe o infinito, a transcendência, a abstracção divina, para quem só crê no concreto. É
verdade que o amor não se vê: o que vejo são os teus olhos, a ternura súbita das suas pálpebras, e o que elas abrem e escondem numa hesitação de luz. Eis, então, o que define este sentimento: um intervalo, uma distracção do tempo, a divina abstracção do infinito na transcendência do real.'
Nuno Júdice
'O amor é quando a gente mora um no outro.'
Mário Quintana
'É tão estranho conhecer uma pessoa. Tão difícil que parece impossível. Não existir e passar a existir: uma pessoa inteira, um mundo inteiro. Onde caberá um mundo inteiro neste mundo pequenino? Como é que se consegue? Como é que se faz?

(...)

Mas gostava que soubesses que já gosto muito de ti, embora ainda não tenha tido tempo de saber o que é isso de gostar muito de ti. Não faz mal, logo se vê. Não, o que me assusta mesmo muito, quase terror por vezes, é depois não poder voltar atrás, tão simplesmente como quem põe uma fita de cinema a rebobinar. Quero dizer, depois de começar a gostar de ti como gosto, já não consigo desfazer isso que se fez, sei lá o quê, o que tu quiseres, isso tudo, o que nos traz juntos até aqui, se tu quiseres.

(...)

É tão bom sentir o que sinto. Que alguém, e és tu, me quer com o maior cuidado para não se enganar, iludir, mentir a si próprio que não me está a confundir, sem querer, com o que desejava ver, sempre esperou alcançar, sonhou quando era criança num sonho que ficou, quer mostrar aos outros, ao pai em especial, a quem quer que seja, pouco importa. Não, do que tu gostas mais em mim é dos meus pecados, dos meus defeitos físicos, de tudo o que não consigo ser, onde falhei, onde não pára nunca de doer, é isso o que tu queres ver, o que queres ter perto de ti, queres aceitar e cuidar, só isso, e o resto, só se vier com isso, porque é isso que tu amas em mim. Será isso? Será assim? Será possível pela primeira vez? Pode ser, talvez seja disso feito o nosso amor. Pelo menos grande parte, meu querido.'

'Muito, meu amor',
Pedro Paixão

'Era suposto ter coisas para te dizer, como lhes chamar revelações, ideias, frases inteiras pensamentos, formas de chegar até ti em linguagem, ciente de que não nos inventaram forma melhor de nos aproximarmos de nos fazermos compreender. Adiei porque não era a melhor altura porque não era ainda isto, faltava-me o pormenor, aquele detalhe que faz com que o que dizemos seja absolutamente claro, exacto, algo que realmente traduz
o que eu queria dizer era
não, escuta, a sério, com atenção.

Não te procurei porque procurar-te me daria a exacta dimensão da tua ausência, poderia vaguear minutos horas, procurar-te quem sabe chamar por ti dizer o teu nome, saberia eu de que pouco me adiantava, seria isto pergunta ou a exacta dimensão afirmação de que não te encontras.'
'A Casa Quieta',
Rodrigo Guedes de Carvalho

Pergunto-me constantemente onde estaríamos agora. Se continuaríamos a ser amigas, a falarmos todos os dias, a partilhar roupa, a mandar mensagens com um asterisco, só porque sim. Se cozinharíamos uma para a outra massa com natas ou carne com natas ou peixe com natas, só porque tinha natas. Se continuaríamos a gostar das mesmas bebidas, exactamente na mesma proporção. Se ainda comeríamos sugos e os colaríamos aos dentes. Se teríamos conversas de manhã, à tarde e à noite, mesmo que estivéssemos juntas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Se iríamos ao Avante. A noites africanas. À Figueira. A tua casa. A minha casa. A qualquer lado.
Arrependo-me, sim. Mas de pensar nisto todos os dias. Como se não fosse morrer nunca a saudade.

26 de junho de 2007


Nós somos Coimbra.

The true meaning of friendship.
I can do nothing but Love You.

"Love is obsession, passion, someone you can't live without. If you don't start with that, what are you going to end up with? Fall head over heels. I say find someone you can love like crazy and who'll love you the same way back. And how do you find him? Forget your head and listen to your heart. I'm not hearing any heart. Run the risk, if you get hurt, you'll come back. Because, the truth is there is no sense living your life without this. To make the journey and not fall deeply in love - well, you haven't lived a life at all. You have to try. Because if you haven't tried, you haven't lived."

in Meet Joe Black

'Algum dia eu haveria de entrar na normalidade dos que te amam. Amo-te. E dói escrevê-lo (que é pior, meu amor, do que dizê-lo). Amo-te, absoluta, impossível e fatalmente. E ouço, adolescente, uma música adolescente, para me lembrar de ti, porque lembrar-me de ti é lembrar-me que não consigo esquecer-te. E ouço música porque ouvimos música quando amamos, e tudo, no amor, é música, acústica da alma que se quer ser devorada, e, neste caso, dor (tão deliciosamente insuportável) de amar sem sequência nem expectativa de contrapartida, amar unicamente o puro objecto que desgraçadamente amamos.


(...) E depois, afastamo-nos. Beijo-te a correr, não sei se já reparaste, e quase fujo, porque sair do pé de ti é regressar ao que não és tu, o teu olhar e as tuas mãos, a tua alma e a tua voz, e isso, meu amor, transformou-se no insuportável intervalo entre dois encontros.


Eu penso em ti, ainda mais do que te digo, e tu estás em tudo, mesmo quando não te penso, tu és a grande razão, o horizonte sem nome que constantemente se desenha na minha imaginação de mim.'

'Amor',

António Mega Ferreira


'I'm, I'm so in love with you
Whatever you want to do
Is alright with me
'Cause you make me feel, so brand new
And I want to spend my life with you


Me sayin' since, baby, since we've been together
Ooo, loving you forever
Is what I need
Let me, be the one you come running to
I'll never be untrue
Ooo baby

Let's, let's stay together
Loving you whether, whether
Times are good or bad, happy or sad'

A efemeridade dos momentos deprime-me. É um facto. Constatado diversas vezes ao longo das semanas que formam o mês. Que por sua vez forma o ano. Mais outro. E outros que aí virão.

Pensar que o dia já acabou, que já 'está tudo por hoje', deixa-me triste. Pensar que podia ter sorrido mais. Amado mais. Perdoado (um pouco) mais. Beijado mais. Dado mais. Faz-me pensar que não sei viver o momento.

E gostava.

As oportunidades são (quase) um mito. Não as sabemos agarrar de unhas e dentes. Se soubéssemos, passávamos a vida a sorrir. A ser felizes. E não o somos. Pelo menos não totalmente. E devíamos. Porque é a ser feliz que a vida se vive plenamente.

E eu quero ser feliz.

25 de junho de 2007

'Lembro-me agora que tenho de marcar um encontro contigo, num sítio em que ambos nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma das ocorrências da vida venha interferir no que temos para dizer. Muitas vezes me lembrei de que esse sítio podia ser, até, num lugar sem nada de especial, como um canto de café, em frente de um espelho que poderia servir de pretexto para reflectir a alma, a impressão da tarde, o último extertor do dia antes de nos despedirmos, quando é preciso encontrar uma fórmula que disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É que o amor nem sempre é uma palavra de uso, aquela que permite a passagem à comunicação mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale, de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio ser, como se uma troca de almas fosse possível neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e me peças 'Vem comigo!', e devo dizer-te que muitas vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde, isto é, a porta tinha-se fechado até outro dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, é também a mais absurda, de um sentimento; e, por trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.'
'Carta (esboço)',
Nuno Júdice

'Nunca perdi a esperança de que essa grande transformação viria a ocorrer. Não apenas por causa dos grandes heróis que já mencionei, pela coragem dos homens e mulheres comuns do meu país (...) Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele ou por sua origem ou religião. Para odiar, as pessoas precisam de aprender, e se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.'
Nelson Mandela
Todo o ser humano tem a necessidade vital de se sentir amado. O amor inexplicável, arrebatador, consumidor. O amor que se sente e não se explica. O que parece que 'só acontece aos outros'.
Esta necessidade do ser humano tem de ser complementada com o desejo. A paixão ardente que faz querer mais, sempre mais. Numa insatisfação satisfatória constante. A procura pelo cheiro, pelo sabor, pelo sorriso, pelos defeitos que tornam tudo tão perfeito.

Preciso de ti.

22 de junho de 2007

Voltar a este espaço é como recuar atrás no tempo, a uma pessoa que já não sou eu. É recordar um passado que parece tão distante, umas amizades já tão esbatidas no tempo. Voltar aqui é como encarnar uma personagem já desaparecida no tempo, na novidade que é ser diferente. E conseguir ser original.

Conseguir desprender-me dos anos que passei 'contigo', foi difícil. Uma árdua tarefa, diária, constante, desesperante. Foi um lutar com todos os braços, os meus, os emprestados, os imaginários, os desconhecidos, os amigos. Passaram-se segundos, minutos, horas, dias, meses, até que eu conseguisse dizer-te 'Adeus.'.

Batalha contínua para aprender a saber a viver a vida sem as intrigas constantes, as mentiras, as hipocrisias, as falsidades. Aprender a aproveitar cada momento, a saber reconhecer as pessoas pelos seus valores, pelas atitudes. Saber ser amiga e exigir que o sejam para mim também.

A verdade é que nunca me senti tão bem. Se calhar, é daí que nasceu esta necessidade irrequieta de vir aqui. De mostrar que estou bem. Que sou melhor. Que aprendi 'o bem'.

Talvez volte aqui. Talvez não. Gostei.